A Batalha da Vida

segunda-feira, janeiro 30, 2006

Sobre o futebol


Desporto rei para muitos, o futebol sempre foi para mim um desporto que tem demasiada importância. Um negócio que movimenta milhões, o futebol é também um espaço capaz de gerar união ou rivalidade entre os clubes que compartimentam esta modalidade. Ora, qual bairrismo, em altura de derby, há sempre um azedume no ar, entre os adeptos de ambos os clubes. Falo do que sei: Sporting e Benfica. Os "eternos rivais"... Para mim, a troca e galhardetes constante entre os adeptos destas equipas sempre me interessou desde pequena. Recordo-me perfeitamente da disputa frenética de tios e primos e, obviamente, pais, para me garantirem como adepta do Sporting. Assim o foi.
É um clube que, a meu ver, tem uma imagem clara enquanto clube desportivo. No futebol, não tem sido muito feliz, daí que as vitórias, quando aparecem, são bem-vindas e festejadas, obviamente. Mas, o SCP também tem conquistado terreno em outras modalidades desportivas, e eu, que já fui atleta, ainda que esporadicamente, sei como é difícil vingar noutro desporto que não seja o futebol, neste país. Todavia, o SCP aposta noutras modalidades, e merece a ressalva.
Entristece-me, porém, que este desporto rei exerça tanta influência nos seus súbditos, quer sejam eles jogadores, treinadores, colaboradores, adeptos. Não ganhámos?! Paciência. Melhores dias virão, e acreditar nisso já é uma vitória!

Tragédias - II

"Festejos para os adeptos do Benfica? «Respeito Benfica e os seus adeptos. Exteriorizei a alegria porque só nós é que sabemos o que temos passado ao longo das semanas. Se tiver que me desculpar, desculpo-me claramente. Não foi contra ninguém."

Sá Pinto em declarações ao MaisFutebol

Sá Pinto é um ídolo para os sportinguistas. Percebe-se porquê: muitos anos de clube, pouco ou nada ganho, enorme frustração acumulada. É, no fundo, um verdadeiro sportinguista. Tenho pena, contudo, que alguém que durante uns bons dois dias até foi um razoável jogador de futebol, depois de um jogo ganho justissimamente, tenha de embarcar naquela euforia dos broncos, que depois de ganhar um jogo ao rival se esquecem da sua insignificância. Mais: legitimam a opinião daqueles benfiquistas menos dotados que dizem que o campeonato do Sporting é ganhar ao Benfica (o que, tendo em conta os festejos, face à classificação, parecem querer tornar verdadeiro). Envergonha-me, em suma, que um clube que merece uma dose mínima de respeito tente humilhar os outros esquecendo-se do que é. Os meus amigos sportinguistas não o merecem.
É pena que a Federação não tenha agido quando devia.

quarta-feira, janeiro 25, 2006

Imagem - II ("O Grito" de Edvard Munch)

Escolho a Liberdade!


Para mim, os dias de eleições são sempre importantes. Desde que a idade adulta me deu o direito de poder votar, que nunca perco uma eleição. Considero muito importante o direito que me assiste, enquanto cidadã. Através do voto, posso expressar a minha opinião em relação ao meu país, e aos valores que defendo e em que acredito.
Defendo, pois, um país mais humano, mais envolvido nos problemas das pessoas que o constituem. Sou pelo abrir de olhos constante para a realidade que vivemos. Há desemprego? Sim. Há imigrantes a viver em condições desumanas? Sim. Há falta de educação cultural e política? Sim. Há falta de motivação para fazer avançar o país? Sim. E, perante isto, o que é que eu posso fazer? Agir. Contra os obstáculos, marchar. Afinal, não foi sobre essas insígnias de liberdade, igualdade e fraternidade que foram construídas as bases da Democracia? Da República?
O poder está na rua. O poder de mudar as mentalidades e voltar a acreditar num futuro melhor, onde viver não tenha de ser sinónimo de "contar os tostões" até ao final do mês. O poder de dizer, o poder escolher. Eu escolho a liberdade!
(imagem da escultura grega Vitória de Samotrácia, datada do século II a.C.)

terça-feira, janeiro 24, 2006

Perdas



O condenado vagueia pela cela. As correntes arrastam-se no ruído inóspito que a solidão lhe subjaz. Lembranças de um passado que não volta. Vivências de um presente que não resulta. O futuro é demasiado certo. Nas paredes escorre o líquido de culpa, madrasta da decisão errada. O tempo ausente de esperança teima em abraçar a figura deseperada do relógio pousado na secretária, cujos ponteiros avançam lentamente para um destino que se há-de cumprir. Os papéis, tão dilacerados, escondem esboços de uma escrita esguia e sem destinatário. São cartas... são palavras abandonadas de significado, sem ninguém para as compreender, sem ninguém para as guardar... O condenado chora. Não roubou nada.Não matou ninguém, nem ludibriou ninguém. Acreditou.

segunda-feira, janeiro 23, 2006

Ode to you


Lado a lado, num caminho que nos pertence
que por nós é criado. Somos dois, par da mesma vida
do mesmo futuro, da mesma jornada a percorrer.
Companheiros fiéis, amparamo-nos na verdade
em que ambos acreditamos: o Amor.

Perigo na estrada

Num milésimo de segundo, a velocidade pode arruinar-te a vida, para sempre. Por isso, vai com calma e respeita os limites.

É um conselho que dou aos mais desprevenidos e desatentos em relação ao Código da Estrada. Esta tarde tive a experiência mais desgastante enquanto condutora. Tive um pequeno acidente, que, não fossem os meus reflexos, poder-se-ia ter tornado em algo mais grave, e provavelmente, não estaria a escrever aqui, neste blog, que me apaixonou desde o primeiro momento.
Acabadinha de sair do colégio onde trabalho às segundas, vou em direcção ao meu emprego da noite. Sigo pela estrada do costume: IC 19 até que não estava nada má. Bom, os astros pareciam estar a meu favor. Engano-me, pois uns quilómetros mais à frente, o destino pregou-me uma partida e fez-me ter os 5 minutos mais angustiantes do meu dia. Numa curva apertada, onde se devem respeitar os limites dentro de estradas secundárias (70), quando naquelas circunstâncias deveriam ser 40, um motard enfia-se na minha faixa e choca contra o meu espelho retrovisor. Não consigo expressar de outra forma o choque e a raiva que senti, por esse incivilizado não ter parado para prestar contas. Pudera! Tinha a mente cheia de culpas e a ausência de consciência não lhe permitiu voltar altrás. DAMN!
Nunca me surpreenderam os números dos acidentes nas nossas estradas, porque vê-se muita selvajaria por aí. Como dizem os meus: de mim sei eu, agora dos outros!...

Por isso, malta que gosta de acelerar, e de se armar em F1 em plena estrada secundária: pensem nos que partilham a estrada convosco! Tudo poderia ser bem melhor!

sábado, janeiro 21, 2006

E Eu, Morro Afogado?

Não é que a convicção nos meus ideais me falte, mas sinto um triste desenraízamento face aos meandros políticos nacionais. O caciquismo, cancro metastaseado da nossa democracia sempre frágil, não é para aqui chamado. Refiro-me à mera ideologia.

Os partidos governantes (PS e PSD) são o esperado. Subordinam-se à dinâmica do poder, moldando-se a ela em vez de a moldarem. Distinguem-se pelo que fazem e, como fazem o mesmo, pouco se distinguem. No PP nunca votarei, por razões de higiene pessoal mínima e indispensável. Restam os partidos de "esquerda", o PCP perdido numa utopia em que já nem os seus quadros acreditam, sobrevivendo à custa de um lider que alia o bonacheirão ao inflexível; e o Bloco de Esquerda, súmula de ideias comospolitas e interessantes e extremismo capaz de unir Hitler e Estaline num terno e protector abraço.

O que é que eu quero, então?
Um regime méritocrata que saiba cuidar dos seus desfavorecidos e não tratá-los como despojos. Uma política social forte e coesa, mormente na área da Saúde e da Educação, mas que não espere do Estado a mézinha da praxe no que concerne ao "do it yourself". Um governo que saiba promover o espaço público, mas que nem lance a discussão à espera da subjugação inevitável, nem ceda a "lobbies". Um governo que promova as artes, a cultura e o saber, e não compactue com a alienação cultural.
Liberalismo? Algum, mas muito pouco.
Intervencionismo? Claro que sim, na medida certa.
Acima de tudo, Ética, Responsabilidade e Iniciativa. Capaz de, por exemplo, nacionalizar comércio e indústria quando os tubarões do costume se queixam de falta de lucros e, invocando o bem comum, pedem o aumento da roda-livre.

Tragédias - I

Qual é a grande tragédia do Poder? Hipótese: o facto de este este, depois do seu estabelecimento, substituir a acção pela auto-preservação.

A Grande Angular


O ténis não seria o mesmo desporto sem Martina Hingis. Não é apenas o seu aspecto agradável, misto de rapariga perfeitamentamente normal com mulher bastante bonita, nem o seu tom mimado, ora de fedelha, ora de princesa. Sobretudo, ver Martina Hingis num dos desportos menos competitivos, a nível de vencedores, é ganhar emoção. E é ver o regresso do pensamento veloz, dos ângulos extraordinários e da preparação quase impossível a um desporto demasiado preso à força física.

Imagem - I









Os bonecos nos quartos das crianças
extinguem a borrasca da noite anterior