E Eu, Morro Afogado?
Não é que a convicção nos meus ideais me falte, mas sinto um triste desenraízamento face aos meandros políticos nacionais. O caciquismo, cancro metastaseado da nossa democracia sempre frágil, não é para aqui chamado. Refiro-me à mera ideologia.
Os partidos governantes (PS e PSD) são o esperado. Subordinam-se à dinâmica do poder, moldando-se a ela em vez de a moldarem. Distinguem-se pelo que fazem e, como fazem o mesmo, pouco se distinguem. No PP nunca votarei, por razões de higiene pessoal mínima e indispensável. Restam os partidos de "esquerda", o PCP perdido numa utopia em que já nem os seus quadros acreditam, sobrevivendo à custa de um lider que alia o bonacheirão ao inflexível; e o Bloco de Esquerda, súmula de ideias comospolitas e interessantes e extremismo capaz de unir Hitler e Estaline num terno e protector abraço.
O que é que eu quero, então?
Um regime méritocrata que saiba cuidar dos seus desfavorecidos e não tratá-los como despojos. Uma política social forte e coesa, mormente na área da Saúde e da Educação, mas que não espere do Estado a mézinha da praxe no que concerne ao "do it yourself". Um governo que saiba promover o espaço público, mas que nem lance a discussão à espera da subjugação inevitável, nem ceda a "lobbies". Um governo que promova as artes, a cultura e o saber, e não compactue com a alienação cultural.
Liberalismo? Algum, mas muito pouco.
Intervencionismo? Claro que sim, na medida certa.
Acima de tudo, Ética, Responsabilidade e Iniciativa. Capaz de, por exemplo, nacionalizar comércio e indústria quando os tubarões do costume se queixam de falta de lucros e, invocando o bem comum, pedem o aumento da roda-livre.
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