Eu e a Primavera!
Olho para uma árvore cujos ramos dançam suavemente ao ritmo do vento que passa. O sol reflecte os seus raios numa árvore mais longínqua. Observo o céu azul sem nuvens. A certeza do encontro é a razão da minha paz. Eu e a Primavera. O seu jeito tranquilo, que a mim me dá tranquilidade, trouxe-me até aqui. O barulho dos carros trá-la ao meu pensamento. Curioso, não? Não. Um autocarro traz-me a Primavera. Os odores, os sabores que ela me oferece, sou só eu quem os prova. Só a mim ela mos dá. Eu e a Primavera. O metro traz-me a Primavera. Já ouço o seu canto belo das minhas baladas preferidas. Alteram-se na sua voz. Vi-a pela primeira vez num anfiteatro... beijei-a nos bastidores. Amor, amor, amor... semper liber!
(Sandro Botticelli, Primavera, c. 1478)
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