Digam - me lá... - I
Numa altura em que, em Portugal, existe já uma “brigada” destinada a caçar os incautos que ainda extraíam música ilegalmente da Internet, importa referir que se a lógica da defesa dos interesses comerciais das editoras é inatingível, o mesmo já não se passa com os músicos que, apostados no que se chama a “propriedade intelectual”, condenam o download ilícito.
À partida, as editoras seriam estruturas de difusão e edição dos conteúdos elaborados pelos artistas. Contudo, no que à música diz respeito, estas multinacionais, nas suas divisões de distribuição, transporte, marketing e, naturalmente, publicação, renegam os dividendos financeiros devidos aos artistas a uma minúscula parcela do preço final dos cds. Em contrapartida, a difusão, mesmo que gratuita, do trabalho de músicos através da Internet permite um maior conhecimento do mesmo por parte do público, o que redunda num maior público potencial nos concertos, a verdadeira fonte de fonte de rendimentos dos interpretes. Uma cruzada contra os downloads ilegais como a que foi perpetrada, há alguns anos, pelos Metallica, parece então, um tiro no pé, pelo menos do ponto de vista da rentabilidade dos projectos criativos.
Importa, então, perguntar: será que o que os artistas já publicados temem somente uma concorrência livre e menos dependente da filtragem e suporte das editoras?
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